Inicío

30 de outubro de 2011

O universo de um abraço.



Outro dia refletia com dois amigos sobre a sinceridade e a força que um abraço tem. Tudo fruto de uma frase: ‎"Às vezes quando eu digo que estou bem, eu quero alguém que me olhe nos olhos, me abrace e diga eu sei que não está." Um deles disse com muita verdade: “Raifran o que mais falta no cotidiano são abraços que aquecem [...] por isso quando encaixar um bom abraço guarde-o o próximo pode estar distante!”. De certo nunca tinha parado para pensar nas possibilidades de um abraço. E um braço em verdade pode dizer muita coisa. Talvez ele seja o toque mais próximo dos corpos que se encontram. Seja ele o remédio das dores da saudade, seja ele o consolo da dor, a saudação na alegria, seja ele o retorno ao seio de quem se ama. O abraço é um universo em braços humanos. Um cosmos de sentimentos, com estrelas de inúmeros motivos para ele acontecer.
O triste de hoje é ver como as pessoas veem o abraço. Uma saudação sem sentido íntimo. Um simples toque de corpos, ou melhor, corpos que nem se tocam. Existe ainda aqueles que dizem que um abraço fere sua autoimagem, uma penas, pois estes nunca sentiram um abraço de verdade. São eles carentes do abraço verdadeiro. E creia nisso: Eles não sabem o que estão perdendo. Continuem em seu mundinho interior, contudo não os culpo. Quem não sentiu na vida um abraço de verdade, nunca e digo com toda a certeza, nuca saberá o que ele representa.
Vejo todo dia uma série de abraços. Recebo todos os dias uma série de abraços. Mas é triste saber que nem dois entre dez são verdadeiros. Abraços por conveniência, por simples educação. Abraços encharcados de falsidade. Abraços inebriados de interesse. Seria até uma profanação de este termo chamar esses gestos de abraços! Um abraço está além de todas estas realidades. Um abraço contém uma imensidão do universo das pessoas. Creio que um abraço é a imagem do perdão, da dor, da alegria, da saudade, do consolo, da verdade. E quem já sentiu um abraço de verdade pode corroborar comigo esta afirmação.
Abraço deveria ser tão sagrado, quanto o sagrado que guardamos com sentimentos religiosos. Devia ter tão sagrado quando aquilo que temos de mais amado. Um abraço esconde as verdades contidas em cada coração. Um abraço é o encontro de dois corações que se olham intimamente, e lado a lado se tocam em batidas reais. Sacralidade do abraço está contida no encontro que emerge íntimo dos entes que o realizam.
Tenho desejo do abraço daqueles que me amam de verdade. Daqueles que me prendem em seus braços e sinto as batidas dos seus corações. Sinto a força da verdade. Morre tristeza e dor. Morre solidão e desconsolo. Morre dúvidas e incertezas. Tudo desaparece quando na sinceridade de um abraço me vejo contido. E morre meu egocentrismo, meu orgulho e vaidade. Morre meus desejos mais desumanos. Sou novamente gerado em cada abraço verdadeiro. Abraço devia ser sinônimo de nascimento. Porque em cada novo abraço sou criança que aceita colo, sou um verso que nasce no seio de uma poesia, sou palavra incontida no texto de cada vida. E não me canso de perder-me nos braços daqueles que amo. Espero que muitos sintam nos meus abraços a sinceridade de meus sentimentos. Perdoe se não o transmitir estes sentimentos. Mas tentarei ser o mais real possível!



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