Outro dia refletia com dois amigos
sobre a sinceridade e a força que um abraço tem. Tudo fruto de uma frase: "Às
vezes quando eu digo que estou bem, eu quero alguém que me olhe nos olhos, me
abrace e diga eu sei que não está." Um deles disse com muita verdade: “Raifran
o que mais falta no cotidiano são abraços que aquecem [...] por isso quando
encaixar um bom abraço guarde-o o próximo pode estar distante!”. De certo nunca
tinha parado para pensar nas possibilidades de um abraço. E um braço em verdade
pode dizer muita coisa. Talvez ele seja o toque mais próximo dos corpos que se
encontram. Seja ele o remédio das dores da saudade, seja ele o consolo da dor,
a saudação na alegria, seja ele o retorno ao seio de quem se ama. O abraço é um
universo em braços humanos. Um cosmos de sentimentos, com estrelas de inúmeros
motivos para ele acontecer.
O triste de hoje é ver como as
pessoas veem o abraço. Uma saudação sem sentido íntimo. Um simples toque de corpos,
ou melhor, corpos que nem se tocam. Existe ainda aqueles que dizem que um
abraço fere sua autoimagem, uma penas, pois estes nunca sentiram um abraço de
verdade. São eles carentes do abraço verdadeiro. E creia nisso: Eles não sabem
o que estão perdendo. Continuem em seu mundinho interior, contudo não os culpo.
Quem não sentiu na vida um abraço de verdade, nunca e digo com toda a certeza,
nuca saberá o que ele representa.
Abraço deveria ser tão sagrado,
quanto o sagrado que guardamos com sentimentos religiosos. Devia ter tão
sagrado quando aquilo que temos de mais amado. Um abraço esconde as verdades
contidas em cada coração. Um abraço é o encontro de dois corações que se olham
intimamente, e lado a lado se tocam em batidas reais. Sacralidade do abraço
está contida no encontro que emerge íntimo dos entes que o realizam.
Tenho desejo do abraço daqueles que
me amam de verdade. Daqueles que me prendem em seus braços e sinto as batidas
dos seus corações. Sinto a força da verdade. Morre tristeza e dor. Morre
solidão e desconsolo. Morre dúvidas e incertezas. Tudo desaparece quando na
sinceridade de um abraço me vejo contido. E morre meu egocentrismo, meu orgulho
e vaidade. Morre meus desejos mais desumanos. Sou novamente gerado em cada
abraço verdadeiro. Abraço devia ser sinônimo de nascimento. Porque em cada novo
abraço sou criança que aceita colo, sou um verso que nasce no seio de uma poesia,
sou palavra incontida no texto de cada vida. E não me canso de perder-me nos
braços daqueles que amo. Espero que muitos sintam nos meus abraços a
sinceridade de meus sentimentos. Perdoe se não o transmitir estes sentimentos.
Mas tentarei ser o mais real possível!
Nenhum comentário:
Postar um comentário