Inicío

30 de outubro de 2011

O universo de um abraço.



Outro dia refletia com dois amigos sobre a sinceridade e a força que um abraço tem. Tudo fruto de uma frase: ‎"Às vezes quando eu digo que estou bem, eu quero alguém que me olhe nos olhos, me abrace e diga eu sei que não está." Um deles disse com muita verdade: “Raifran o que mais falta no cotidiano são abraços que aquecem [...] por isso quando encaixar um bom abraço guarde-o o próximo pode estar distante!”. De certo nunca tinha parado para pensar nas possibilidades de um abraço. E um braço em verdade pode dizer muita coisa. Talvez ele seja o toque mais próximo dos corpos que se encontram. Seja ele o remédio das dores da saudade, seja ele o consolo da dor, a saudação na alegria, seja ele o retorno ao seio de quem se ama. O abraço é um universo em braços humanos. Um cosmos de sentimentos, com estrelas de inúmeros motivos para ele acontecer.
O triste de hoje é ver como as pessoas veem o abraço. Uma saudação sem sentido íntimo. Um simples toque de corpos, ou melhor, corpos que nem se tocam. Existe ainda aqueles que dizem que um abraço fere sua autoimagem, uma penas, pois estes nunca sentiram um abraço de verdade. São eles carentes do abraço verdadeiro. E creia nisso: Eles não sabem o que estão perdendo. Continuem em seu mundinho interior, contudo não os culpo. Quem não sentiu na vida um abraço de verdade, nunca e digo com toda a certeza, nuca saberá o que ele representa.
Vejo todo dia uma série de abraços. Recebo todos os dias uma série de abraços. Mas é triste saber que nem dois entre dez são verdadeiros. Abraços por conveniência, por simples educação. Abraços encharcados de falsidade. Abraços inebriados de interesse. Seria até uma profanação de este termo chamar esses gestos de abraços! Um abraço está além de todas estas realidades. Um abraço contém uma imensidão do universo das pessoas. Creio que um abraço é a imagem do perdão, da dor, da alegria, da saudade, do consolo, da verdade. E quem já sentiu um abraço de verdade pode corroborar comigo esta afirmação.
Abraço deveria ser tão sagrado, quanto o sagrado que guardamos com sentimentos religiosos. Devia ter tão sagrado quando aquilo que temos de mais amado. Um abraço esconde as verdades contidas em cada coração. Um abraço é o encontro de dois corações que se olham intimamente, e lado a lado se tocam em batidas reais. Sacralidade do abraço está contida no encontro que emerge íntimo dos entes que o realizam.
Tenho desejo do abraço daqueles que me amam de verdade. Daqueles que me prendem em seus braços e sinto as batidas dos seus corações. Sinto a força da verdade. Morre tristeza e dor. Morre solidão e desconsolo. Morre dúvidas e incertezas. Tudo desaparece quando na sinceridade de um abraço me vejo contido. E morre meu egocentrismo, meu orgulho e vaidade. Morre meus desejos mais desumanos. Sou novamente gerado em cada abraço verdadeiro. Abraço devia ser sinônimo de nascimento. Porque em cada novo abraço sou criança que aceita colo, sou um verso que nasce no seio de uma poesia, sou palavra incontida no texto de cada vida. E não me canso de perder-me nos braços daqueles que amo. Espero que muitos sintam nos meus abraços a sinceridade de meus sentimentos. Perdoe se não o transmitir estes sentimentos. Mas tentarei ser o mais real possível!



29 de outubro de 2011

Sobre nossa amizade!


  De uma carta que achei para Thais Rafhaela 

Thais Rafhaela,

Foi viajando no compasso destas letras, nesta viagem magnífica por significados e sinais de uma presença que se vigora nas certezas, e se modifica nos contextos em que fora inserido. Viajo nos semblantes e rostos, fisionomias e faces, de cada momento seu. Das alegrias em que tecias qual radiante céu e as certezas fundamentais de nossa amizade. Nas vielas das fissuras escritas com teor do tempo, tempo que edificou saudades e memórias em nossas vidas. Das manhãs em que nos unimos qual colméia de doçura, trazendo em nossos feixes as alegrias e tristezas que nos proporcionava á vida. Tu com teu alegre jeito relavam-nos aquilo que dizia o apóstolo Paulo, “alegrai-vos eu repito,alegrai-vos”. E qual sol de nossa vida trouxe a nós o radiar de teus encantos.
E que me seriam necessário dias incontáveis para revelar em tuas fortes e robustas cidadelas os louvores eloqüentes de tua pessoa, pois sendo eu tão pequeno, me menosprezo diante da grandeza de tuas afinadas e tão zelosas qualidades. Mais neste ressoar de data tão belíssima e maravilhosa quero contemplar em tão poucas palavras os limiares de teus predicados. Palavras simplistas diante do fulgor de nossa amizade, e que de tão paupérrimas, diante de teu ser, não são nada mais do que o compêndio de nossa doce e terna amizade.
Trago escritas em livros as coisas que passamos aquele dia em que como por força do evidente destino, foram-se traçada as conjunturas de nossa amizade. E que por esta mesma força foi-nos apresentado às mesas desta comunhão, nestas toalhas da vida, com amor e afabilidade, risadas e dias de sorvete. E fazíamos com que o tempo se eternizasse como realce de nossa fraternidade construída. Quem diria que naquele dia em que aos fundos de nosso templo de sabedoria, seria a gênese de nossa amizade, que nos seriam trazidos aos corações as afeições de termos coisas em comum, e de termos também desapreços e diferenças, mais que não são tão pequenas quando restituídas e ordenadas para o amor amigo.
Relevantes sinais nos foram traçados. Caminhos abertos para os recintos do conhecimento. Sabedoria nos foi concedida para tecermos palavras certas em nossas correções fraternas e se por muito nos faltaram quando nos desentendíamos mais em perdão nos foi acrescentado para o milagre de perdoar. Que momentos mais edificantes nos passamos juntos. Que feitos maravilhosos realizamos, compreendendo aos poucos o milagre da relação humana. Arquitetamos em nossas palavras e partilhas as maravilhas da Criação, e acima disto, a intimidade de nossas almas para um dia sermos encontrados um no outro.
Que manhãs belas manhãs foram aquelas. E conto horas para que se cheguem logo e não tardiamente se façam para novamente no fragor das cascatas da divisão de nossos corações, sejam elevados os auspiciosos caminhos desse encontro. Que palavras ditas por ti não são berço de pleno júbilo, talvez possamos fazer slides no POWER POINT, de nossos momentos, e que tragam em si as passagens constantes deste nosso carinho amistoso. Que um da possa nascer dias com neve em que caiam “frocos”! Águas solidificadas nas certezas de nosso sempre carinho de amigo. E que quais lagartas, possamos devorar as inimizades e novamente no casulo de nosso tão belo e terno coração criar novos laços de carinho. Que novas manhãs ressurjam e tragam em si as palavras cordiais de teu carinho que me chamam a saborear o sabor de teu alimento: “Senta aqui, lancha comigo!”. E que possamos ajuntar em nossos corações tamanhas lembranças dos momentos passados e olharmos o austero futuro que nos impele cada dia. Amizade que tão humilde chegou e fez morada. Doce amizade que se demonstrou grandiosa no recinto e nos elevou, recintos novos de contextos inimagináveis, e que de tão novos se fez novidade aos momentos passados.
E pode passar o tempo, este devorador de dias, e consumidor de manhãs, tardes, e noites. Que me seja devolvido nas consistências da memória, às palavras ditas nas mercês deste mesmo tempo. Que regresse com o este museu pessoal. Sendo ele colecionador de memórias passadas, aos vastos esquadrões deste mesmo, em que vivíamos nossos momentos e os tínhamos para a eternidade. E sei que já se coloca a postos pronto para devorar nossos dias restantes. Mas ainda possamos presenciar os momentos que resta. Eis que já se põe em porta de nossos corações, aquela cujo penhor mais aguça é sufocar-nos com as lembranças. Aquela cujo rosto trás escrita como em fotografias coladas às passagens marcadas do tempo que passamos, como um grande jornal que em seu corpo trás figuras de eternidade, desenhadas ao punho do mesmo tempo que devora aos segundos, e minutos, dias e horas, meses que passamos juntos. Saudade.
Saudade que fica destes tempos que passamos juntos. Saudade que força chegar, e repassa consigo as tristezas da partida. Saudade que como em cascas de “ozos”. Protege na fragilidade das coisas, os regenciais da ópera da vida. Protegem sobre sua casca os momentos, os significados repassados com os dias. Para que enfim com regressar de nossa mente tenhamos em vista tão bela,as significativas palavras. E sejam escritas com a pena da verdade e gravadas na parede da amizade. Na qual ao redor de si,plantamos flores de perdão e carinho.Enfim podermos dizer: Enfim “eramossomos” felizes.

26 de outubro de 2011

70x7 : A matemática do perdão


Certa feita li em um texto de Joseph Tissot a seguinte frase: “O perdão é um movimento do coração”. No momento da leitura essa frase ficou martelando em meu coração. E ela ficou marcada em minha mente "[...] movimento do coração". Só mais tarde compreenderia o porquê desta frase. Por que uma coisa é certa: Só sabe o que é perdão quem um dia o recebeu. A palavra de Deus nos trás uma série de textos que conduzem ao conhecimento do perdão. Dois deles trazem em si as mais belas demonstrações do que de fato é perdão. O primeiro texto encontra-se e no Evangelho Segundo São João Cap. 8, 1-11, relato da pecadora arrependida. O segundo texto lemos no Evangelho Segundo São Mateus Cap.18,21-35, a parábola do Senhor Misericordioso e o perdoado.
Porque estes textos são os mais expressivos sobre o perdão? De todo modo existe tantos outros textos sobre este tema e que se fossem aqui citados teríamos que escrever um verdadeiro tratado sobre tal. E com toda certeza esta não é minha vontade. Estes dois textos foram aqui recolhidos por sua expressiva mensagem sobre o tema do perdão. Temos uma visão um tanto que inexpressiva e meramente simplista do que seja de fato o perdão e perdoar. Resumimos o perdão em simples gestos exteriores e repletos de palavras e diálogos. Resumimos o perdão em nossa vontade e anexamos este mesmo ao cume de nossa vontade e prazer.
Estamos tão submetidos aos números e aos limites de uma sociedade em que tudo possui o seu valor e o seu número, que até mesmo o perdão foi enumerado em vezes. A pergunta do Apóstolo Pedro é o ponto de partida: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” Mat. 18,21. E o Senhor dotado de amor e compaixão conta-lhe uma parábola. O rei que perdoa a dívida de seu servo que lhe devia uma quantia exorbitante, isto porque de fato quem ler este texto percebe a expressivo valor da dívida: 10 mil talentos, o que corresponde a 174 toneladas de ouro! E o servo clamando clemência ao rei alcança dele a graça do perdão. Mas este mesmo não soube usar de compaixão para com o irmão que lhe devia uma quantia mínima de cem denários, que equivale a menos que 30 gramas de ouro, assim ele o agarrou cobrando-o. Só sabe de fato o valor do perdão quem de coração o recebeu em seu ser. Vejam a loucura deste servo! Ele que havia recebido do seu Rei e Senhor a graça da miséricódia, agora age implacável em cobrar o seu irmão.
Após a leitura atenta deste texto pude compreender o que de fato quer dizer “um movimento do coração” e o fato de porque o perdão não pode ser reduzido a números e valores. A resposta do Senhor a Pedro vem somada a um verdadeiro calculo do amor: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” Mat. 18,21. Assim se resumi o perdão. Não existe valor que possa medir o número de vezes que o perdão deve ser colocado em prática. Não há nada que meça o verdadeiro valor de um perdão dado com o coração. Isso é um movimento do coração.
O perdão exige de nós o abandono total de nosso orgulho e vaidade. A sinceridade de um coração é que torna real o arrependimento. Onde existe amor real não há lugar para egoísmos e orgulhos! Não cabem estas realidades em mesmo sentido. O perdão é o abandono de nossas convicções e vontades em favor da paz interior. Como eu, tenho certeza que também você já se sentiu mal por estar magoado ou por ter magoado alguém. Neste momento surgem os mais variados pensamentos: “Ele que venha até mim”; “Devia procurá-lo”; “Porque toda vez tenho que pedir perdão?”. Aqui se fixa com o sentido real dessa abnegação de convicções, princípios e valores. Quem faz a experiência de sempre perdoar reconhece de fato o valor que tem um perdão concedido com amor.Vejam quanto amor o Senhor não sentiu por aquela pecadora. Ela já sentia em si o peso da morte. Mas bastou um simples movimento do coração que tudo perdoa para ela novamente se sentir viva. Ele abandonou suas convicções religiosas e sociais. 
Um perdão que não se resumi em simples gesto corporal ou dialógico. O perdão exige antes de nós um verdadeiro sentimento de amor para com o próximo. Não devemos nos esquecer de que também nós um dia cairemos! O perdão só existe onde existe amor real e verdadeiro. Vejam irmão o quanto devemos ao Senhor, devemos de fato uma dívida que nunca seremos capazes de pagar: Ele morreu crucificado, padeceu por nossas faltas. E não existe nada no mundo que pague esta dívida de amor para com o Sumo Bem. Todos nós temos pecados! E estamos propensos ao erro e falta. Então está na hora de soltarmos nossas pedras das mãos e ouvimos ajoelhados diante do Amor Eterno à frase que também nos cabe: “Ninguém te condenou? [...] eu também não te condenarei.” Jo 8,10b.11a.


24 de outubro de 2011

Esquema Seminário Tomás de Aquino


1.           Teodicéia
*        Gnosologia Tomista
*        Os sentidos
*        O conhecimento de Deus
A existência de Deus (“As quinquae viae”)
*        As cinco vias
*        Contexto das cinco vias
*        1 Argumento do primeiro motor
*        2 argumento da primeira causa eficiente
*        3 argumento do existente necessário
*        4 argumento pelos graus do ser
*        5 argumento do governador supremo das coisas
Do primeiro motor
*        Ato e potência
*        Motor imóvel
*        Caminho de mutação
Da primeira causa eficiente
*        Ordem das causas eficientes
*        Impossibilidade do infinito de causas eficientes
Do existente necessário
*        Sobre a existência das coisas
*        Sobre a contingência das coisas
*        Sobre a contingência dos seres
*        Causa das coisas
Pelos graus do ser
*        Graus das coisas existentes
Ø  Observa-se no espetáculo da criação e apoiam-se na experiência, que os revela os graus de perfeição a partir dos quais nos elevamos ao Soberano perfeito.
Ø  Ele difere totalmente dos argumentos de diversos filósofos anteriores ao Aquinate ,pois estes se mantenham na ordem puramente idealista.
Ø  Distingue-se dos anteriores porque não considera somente a operação, a geração, e a corrupção. Contudo algo mais profundo e permanente ,que pertence à ordem mesma do ser, isto é os degraus do ser.
Ø  Existem seres no mundo que possuem mais ou menos vida, mais ou menos inteligência. Deve existir um ser que seja soberano nestas coisas.
Ø  Logo, existe um ser que seja causa de todas essas coisas por possuí-las ,pois em si reúne o perfeito destas (Plenitude e predicados.
*        A perfeição e graus
Do governador supremo das coisas
*        Governo supremo
Ø  Esta aplica e coroa a 4 via – pois evidência a ordem nos graus mais ou menos perfeitos.
Ø  Este argumento é chamado de cosmológico, pois é tirado da ordem do universo.
*        Ordem das coisas e governo
Ø  A ordem das coisas supõe ordenação, e um ordenador supremo. Sendo este primeira inteligência e sabedoria essencial.
Ø  Existe no mundo e na natureza uma ordem particular, ou seja, uma inclinação de cada coisa para seu próprio fim.
*        Finalidade
Ø  Todas as coisas pressupõem uma organização e harmonia aos quais se dirigem para um fim comum. Isso nos leva a crer que exista um ordenador que seja supremo, perfeito, poderoso.

Propriedade de Deus
*        Propriedade do ser supremo
Todos os enunciados relacionados sobre a essência de Deus em três pessoas subtrai-se a razão natural e se baseia de exclusivo na fé.
*        Deus e o conceito tomista
Ø  A essência de Deus e sua relação com o mundo é acessível ao homem até certo ponto.
Ø  Não podemos tocar a Deus totalmente nem podemos definir a sua essência.
Ø  Para isso seria necessário saber a que gênero ele pertence.
Ø  Não existindo nada acima de Deus, só nos resta partir pela via ascendente sendo, porém esta essencialmente negativa.
Ø   
*        Conhecimento negativo da essência divina
*        Prova do movimento
Ø  Este ponto está intimamente ligado as 5 vias; É mormente coroado pelo movimento.

*        Absoluta independência do tempo
Ø  Sendo Deus o primeiro motor, segue-se em primeiro lugar, sua absoluta independência do tempo.
*        Exclusão de toda potencialidade de Deus
Ø  Deus é ato puro. Nele não acontece mudança, ela é própria dos seres contingentes.
*        Não há composição em Deus
Ø  Em Deus não há composição, Deus é seu ser.
Ø  Que Deus seja totalmente simples se pode provar de várias maneiras:

1. Pelo que precede. Como em Deus não há composição nem de partes quantitativas, pois não é um corpo; nem de forma e de matéria, nem distinção de natureza e supósito; nem de essência e ser; nem composição de gênero e diferença, nem de sujeito e de acidente, fica claro que Deus não é composto de nenhuma maneira, mas totalmente simples.

2. Porque todo composto é posterior a seus componentes e dependente deles. Ora, Deus é o primeiro ente, como já foi demonstrado (q.2 a.3).

3. Porque todo composto tem uma causa. Assim as coisas que por si são diversas não conformam uma unidade, a não ser por uma causa que as unifique. Ora, Deus não tem causa, como foi demonstrado (q.2 a.3), sendo a primeira causa eficiente.

4. Porque em todo composto, há de existir potência e ato, o que não há em Deus, porque, ou uma das partes é ato em relação à outra, ou pelo menos as partes se encontram todas em potência com respeito ao todo.
Conhecimento analógico de Deus
*        Via negativo – conhecimento analógico
Ø  Mesmo que tenhamos que seguir a via negativa de conhecimento, o homem permanece insatisfeito .
Ø  Assim ele parece estéril redundando em um agnosticismo.
Ø  Por isso a par do conhecimento negativo ,possuem um conhecimento analógico.
Ø  Significa que todos os predicados explícitos ou implícitos de modo negativo ,aplicam-se a ele de modo analógico.
Ø  Ele procura mostrar assim a distância entre Criador e criatura e justificar os enunciados positivos que o homem afirma sobre o Criador.
*        Semelhança e comparação
Ø  Com essa teoria ele se opõe a teoria da iluminação. Ocorre aqui o princípio da semelhança e da comparação.
*        Criatura imitadora
Ø  A criatura que imita o Criador ,uma imitação de modo finito.

*        Doutrina da iluminação e Tomás de Aquino
*        A) as criaturas são semelhantes a Deus
Ø  São semelhantes por serem causadas por ele. A causa deve conter seus efeitos.
*        B) Nada é unicamente predicável de Deus e das criaturas
Ø  Não existe nada que possa conter ou predicar a Deus.
*        C) Certos predicados não são enunciados de modo puramente equívoco de Deus
Ø  Ainda que equívocos nosso predicados remetam de certa forma a Deus, pois a identidade no nome não se baseia em nenhuma relação com as próprias coisas.
*        D) Os predicados positivos são enunciados analogicamente de Deus e das criaturas.


12 de outubro de 2011

Proibir os sinos!

O sagrado é uma realidade que permeia a vida do homem e passa seus sinais através das mais diversas realidades e signos. Os símbolos e signos do sagrado são marcas que levam o homem a deter-se de várias maneiras em contato com ele. Não podemos de certo reduzir o sagrado apenas a estas espécies de encontro, mas elas de certo nos tocam de maneira única. São dos mais diversos: cruzes, terços, livros, sinais, gestos e até posições. Mas de todos esses gestos que conformam esta maneira de encontro com o sagrado nenhum é tão significativo como os sinos. Estes se encontram dependurados nas torres de várias igrejas e capelas e mosteiros.
Mas estes sinais estão sendo deixados de lado, ou melhor, estão sendo silenciados pelo capricho individualista de alguns. Isso mesmo acontece aqui bem perto de nós. Na paróquia São Pedro de Alcântara na QI 7 do Lago Sul, por causa do capricho de um vizinho da paróquia. Este moveu uma ação judicial contra a igreja por causa do toque dos sinos. Ele não aceita nem ser quer que os sinos tenham o seu tilintar diminuídos, todavia que cessem de uma vez.
Os sinos surgiram na Ásia. No século 9 a.C., eles já eram conhecidos na China. Cada campanário tem uma nota musical característica e requer um estudo cuidadoso antes mesmo de ser fundido. As notas musicais são determinadas pelas suas dimensões, forma geométrica, diâmetro da boca e pela relação da espessura da aba, ou seja, a parte terminal do sino e onde bate o badalo. No início do século XX, os campanários faziam quase tudo: anunciava nascimento, parto complicado, morte, doença grave, incêndios, missas. Por meio do ritmo é que os sineiros articulam o toque mensageiro dos seus companheiros constantes: o garrido ou sino pequeno, o meião ou sino médio e o bronze ou sino grande. O número de toques nas paróquias trazia um significado. Quatro pancadas antes da missa: era sinal que o vigário iria celebrar a oração. Cinco pancadas: o bispo comandaria a cerimônia. Seis pancadas: quem celebraria era o arcebispo. Em alguns lugares do país, os sinos também são utilizados em caso de morte. Há casos em que, se o defunto fosse homem, três dobros anunciariam o falecimento. Se morresse uma mulher, dois. Se fosse uma criança, o sino utilizado era o menor. Se fosse um jovem, o sino médio. E no caso de adulto, o maior sino. O toque fúnebre é lento e compassado.
Os sinos fazem parte da vida de centenas de pessoas nas pequenas cidades do interior. Certa feita em uma pequena cidade do interior de minha diocese de Formosa ,Cavalcante ouvi o relato emocionado de uma senhora de idade avançada que me disse: " Meu filho eu não posso mais ir Igreja por causa da minha idade,mas toda vez que escuto o sino bater eu rezo e sei que Deus me escuta." O sino é realidade transmite a voz de Deus e convida a oração.
O mais intrigante é saber que o responsável pela ação judicial é um desembargador da justiça do DF. O que me deixa mais triste! Porque existem tantas ações mais urgentes a serem assistidas pela justiça do que os serviços dos caprichos pessoais de um homem do poder judiciário. De fato basta dar uma pequena volta em Brasília e você poderá dar-se conta de como existe muitas ações a serem feitas. Resta rezar e pedir a Deus ao coração de homens como este a consciência do sagrado e seus signos em contato com a vida do homem.O tilintar de um sino parece ser mais importante!

8 de outubro de 2011

O belo é ver o pôr do sol.


O discípulo certa vez perguntou ao mestre: " Mestre é tudo tão difícil. Não consigo ser feliz! Como faço para vencer as dificuldades desta vida!" O mestre tomado de silêncio pensou por um instante e disse ao discípulo:

Conta-se que Deus chamou os homens a fim de  contemplarem o esplendor de sua glória. Eis que ele colocou diante deles uma grande montanha. Eis que o sol já partia e aqueles homens contemplavam inerte aquele momento.Era o pôr do sol. Alguns resolveram subir aquela montanha a fim de vê-la mais de perto. Outros ficaram ali sentados e nem se quer se moveram, todavia abaixaram suas cabeças e nada faziam. Outros diziam entre si: " Que bela montanha é está, sua beleza nunca vi igual." Outros ainda desistiram daquele momento e voltaram para trás. Havia aqueles que diziam : "O porque desta montanha,não seria melhor ver apenas o sol" Alguns porém diziam :" Que maravilha o Senhor fez para nós. Exultemos pelo espetáculo de sua glória,pois ele em seu infinito amor deu-nos em todo este momento."

O discípulo sem nada entender perguntou ao mestre: " Mestre o que nos diz esta parábola?" O mestre então resolveu explicar-lhe:
 Amado filho vê quão bondoso é este Senhor. Ele chamou todos a contemplarem o majestoso momento de sua glória. No coração de muitos daqueles homens de certo havia o sentimento de ver uma coisa portentosa e milagrosa. Mas  a glória de Deus pressupõe-se nas coisas mais simples da vida. E o que ele colocou diante de seus olhos: O sol que partia por trás da montanha. O grande espetáculo é a tua vida. Que é como sol que se põe e parte para o seio da luz eterna. Mas meu estimado discípulo o belo não é a montanha mas o pôr do sol. Mas não se pode esquecer-se da montanha, pois também ela faz parte do espetáculo, mas o belo é por do sol. A montanha é as dificuldades e limitações que teremos, ela representa esta terra. Elas não serão poucas por isso estão personificadas na figura da montanha.
Os que  subiram a montanha são aqueles que muito se preocupam com esta vida e por muito com ela se afeiçoarem preferem subi-la com empenho, mas se esquecem que o belo era o pôr do sol.
Os que ficaram parados sem nada fazerem são aqueles que se fazem indiferentes da vida e vive ela como um peso e sem nenhum entusiasmo. São como mortos vivos e já nem se quer recordam quem os chamou para aquele momento.
Os que apenas viam a montanha e diziam "glórias de sua beleza”, são aqueles que vivem esta vida sem esperança e passam por ela achando que estão bem, todavia estão sem luz. Sua beleza e futilidade estão ligadas ao cume da montanha.
Os que desistiram daquele momento são aqueles que desistem desta vida e partem sem nada viver. Estão como vazios de si mesmo e sem a luz que foram chamados a contemplar. Quem os poderá salvar?
Os que apenas desejam o sol, não sabem viver nesta terra. Deves ter em ti o desejo do sol, mas nunca te esqueças a que vida tu foste chamado. O que teu Senhor quer é que contemples a beleza da vida como um todo. Mesmo que a montanha às vezes te impeça de ver o sol. Crê que sua luz romperá as forças de todas as coisas desta terra. Estes ainda não sabem sofrer e nem se quer viver.
Aqueles que glorificavam o Senhor por aquele momento são o que compreenderam que a vida é um grande espetáculo, cuja graça e dom são gratuidade de Deus. Estes são os santos, pois entenderam que a vida tem seu misto de sol e montanha, contudo isto não os impede de ver o sol. Pois ainda que tivesse apenas um pequeno feixe de sua luz eles se alegrariam por aquele momento. Eles compreenderam que sua vida está além de todas as montanhas que possam existir.

Raifran Sousa