Inicío

17 de setembro de 2011

Disciplina e Ascese : Formação para a vida cristã.


Texto apresentado em conferência com o reitor no Seminário Maior no dia 13 -09 -11

Reunião com Reitor
PARA ALÉM DAS DÚVIDAS E DOS EQUÍVOCOS
Tema: Liberdade em relação à disciplina ou disciplina da liberdade.
A disciplina e a ascese são caminhos pelos quais o homem busca adquirir continência para a vivência de sua espiritualidade e vivência comunitária e pessoal. Tendo em consideração a definição de ascese na qual se afirma que “designa todo exercício laborioso que se refira à educação física ou moral do homem [...] os esforços da alma cristã em luta para alcançar a perfeição.” (Compêndio de Teologia Mística e Ascética, AD. Tanquery); “A disciplina é o caminho pelo qual passa nossas aspirações de caminhar pelo caminho certo.” (Artigo: Uma vida em caminho. Dom Juan Micaelis Londón)
Estes duas formas de formação muitas vezes são colocadas em oposição a liberdade do individuo. Vistas como empecilho ao homem da vivência de sua própria identidade. Olhando nossa realidade observamos tantos outros desafios que conduzam ao verdadeiro caminho da disciplina e ascese. Olhando nossa própria realidade de seminário verificamos os desafios neste ponto. Os nossos jovens são provenientes de uma convivência familiar ou até individual, sem disciplina e uma vivência da ascese. Acontece uma mistura de culturas, valores, pensamentos diversos. A questão que permeia todo este emaranhado diversificado é: como desenvolver uma formação que eduque para a disciplina e a ascese em um meio tão diversificado culturalmente?
A formação passa por estes dois caminhos. A formação é a descoberta de sua própria identidade. Quando isso se equívoca surgem pessoas sem desconexas de si, ou seja, sem sua própria identidade. A disciplina não poderá ser levada ao cabo de uma atitude de rigorismo e de um autoritarismo persuasivo, no qual a personalidade e a vontade do individuo sejam diminuídas ou até desconsideradas. Deve-se levar em consideração que a disciplina e ascese são instrumentos usados no caminho da formação. Não podem ser transformados em atitudes de vida, pois tão logo perderão sua essência transformando-se em rigorismo.  
Um ponto em destaque para solução dessa problemática, e que deve ser levado em consideração, é a própria formação para disciplina e a ascese. Deve ser ensinado que a disciplina é como máxima de uma renovação da vida cristã, não uma violação da liberdade pessoal.  Disciplina é um acréscimo e não uma retirada de sua identidade e liberdade. Deste modo deve nascer uma obediência de convencimento. Um sentimento de convencer-se que a disciplina é o caminho de austeridade e vivência cristã.
Quando aplicada de forma educativa e usada como instrumento poderá educar os formandos com júbilo. Em síntese: ambas não podem ser reduzidas ao rigor de uma seleção de normas e regras, mas antes como formação ao conjunto de suas potencialidades.

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