Inicío

25 de setembro de 2011

Diário de uma pastoral hospitalar - Duas vidas,duas histórias.


Somos milhões de pessoas no mundo. Pessoas com histórias, vidas e caminhos diferentes. E cada um de nós temos como que um universo dentro de nós. Um lugar onde ninguém pode chegar sendo inviolável aos outros. Universo que vive dentro de cada um de nós. Universo que mesmo estando no mesmo espaço, não se cruza com o do outro, pois cada um tem sua história e seu lugar inviolável.Mais quando dois universos de história são descobertos em um mesmo espaço, ali tão próximos em mesmo andar de um hospital, tudo se transforma. E mundos que antes pareciam tão diversos em significados, logo estão em profunda igualdade por causa da fé e da esperança que move seus corações.
Hilda e Maria. Hilda e Maria. Maduras. Seletas em história. Únicas nas vivências de suas dores e saudades. Mulheres de fidelidade e amor estampado no rosto. Sorrisos que comovem e movem os corações que também ali com elas vivem, mas vivem ainda descrentes da graça que nos circunda. Hilda e Maria.Mulheres de fé sem igual. Que ardem de amor por seu Deus. Que ardem de amor pelos seus e não se cansam de amar.
Mas mesmo tendo tanto em comum, estes dois universos se desconexa em muitos lugares. Não como marca de uma distância que fere ou as deixa melhores ou piores diante do mundo. Mas elas estão distantes pelas páginas escritas em cores de verdade em suas vidas.Hilda e Maria. Tão elas. Maria faz vivência dos regressos da vida. Mulher de solidão. Não solidão de isolada,todavia solidão de crucificada pelo abandono: " Aqui só eu e Deus". Hilda rodeada do amor dos seus e vive cada instante como correr de uma fonte que sara. Sua dor e perder a esperança algum dia. Maria tem a solidão como escola. Separada faz sete anos e deixada pelos parentes. Mas descobriu uma presença que nada pode abalar: a eucaristia. E com tanto amor fala deste amigo da alma. Hilda sentiu o peso de sua idade, mas nem por isso se cansou de lutar. Reza como ninguém, uma mulher de oração e amor profundos.
Maria sente na carne as dores da saudade. Mas não se faz de vencida pelos reversos da vida. Sente falta do filho. Seu filho adotivo. Está ali por tanto tempo e nunca foi por ele visitada: “... não mendigo amor dele. O meu é tão gratuito. E amo ele de graça sem nada exigir. Só quero ter a esperança o ver fazendo uma faculdade. Hilda está acompanhada de Célia uma de suas filhas, que como a mãe tem alegria de viver.
Mas então você se pergunta. O que tem de semelhante entre estas mulheres? Seus caminhos parecem tão desencontrados. E nas palavras: "Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves." de Antoine de Saint-Exupéry. Você compreenderá em que estes universos estão ligados.

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