Hoje passei o dia pensando nas
palavras e definições corretas sobre você e nossa amizade. Fui às linhas do
tempo caçando em seus mais longes extremos as perspectivas certas para falar
sobre você. Talvez sempre falar sobre o outro seja um terreno um tanto ardiloso
e ademais complexo, contudo farei esse papel sendo o mais empirista possível.
Reconheço a pobreza da Palavra diante dos sentimentos que emergem do coração
humano. Creio que a palavra ainda não foi capaz de tocar a profundidade imersa e
humana do sentimento. Diante do sentimento humano a palavra é pobre de
significado. E creio que ela não seria capaz de conter nos seus signos o
sentimento de nossa amizade. Por isso Layorrane ainda que usasse todas as
letras possíveis elas não seriam ainda capazes de entrar no íntimo humano do
sentimento, que em nós perdura.
Você que chegou de mansinho. Entro
na sala da minha vida e fez ali presença. Sem alarde. Sem grito ou murmúrio. No
silêncio chegou e permaneceu. Chegou com esse seu sorriso que contagia e até
mesmo quando sério tendo te dar uma bronca não consigo, ainda que com muito esforço,
se você começar a sorrir. Não obstante quando você se engancha em uma de suas
famosas crises de riso. Confesso: Alegria é uma coisa que não te falta. E assim
se tornou significado sua presença.
E mergulhando no mais profundo da
casa da memória, fiz um recorte das cenas gravadas. Era como quarto de recortes
vivos. Janelas que mostravam cenas, cenas vivas e reais. O Filósofo tinha
razão: “Recordar às vezes é algo tão real que parecemos de novo viver o que se
faz memória”. Confesso que em cada nova janela de memória que passava foi inevitável
não sentir aquele choro preso da saudade. Pensei em quantas coisas já passamos
juntos. Recordei das diversas alegrias e dos dias de aula; Das tardes de estudo
nos apuros das semanas de provas; Nas tristezas e brigas; Nas conversas e partilhas;
nas crises de riso e as besteiras de sempre. Momentos para recordação, eu tenho
certeza não me faltaram. Até porque de quem amamos guardamos o mais simples dos
gestos. Por menor que seja ele, ali se faz guardado como um tesouro. O que
completou cada acontecimento e o que fez cada um deles fazerem sentido foi tua presença
em cada um deles.
Nossas partilhas eram tão
verdadeiras. Conversas de quem não tem medo de abrir para o outro o coração e
de dizer o que sente. Sinto falta daquelas noites em que sentados na porta da
sua casa dizíamos sobre tudo aquilo que havia em nosso coração. E mesmo quando
o tempo pede para que tudo se perca isso se faz mais vivo e enaltecido na
memória. E mesmo na distância sei que posso contar com você. Assim também quero
que você saiba que meu coração estará sempre pronto para ti.
Hoje posso apenas em meio a tantas
recordações desejar tão logo ver-te e poder concretizar o abraço que tenho
guardado para te dar. Não peço eternidade para nossa amizade. Por que a ideia
do eterno não caberia na ideia que tenho de sempre te ter aqui ao meu lado. E toda
vez que a saudade adentrar tua memória, apenas recorda destas palavras que este
teu indigno amigo te dirige. Porque o amor é um sentimento que cresce com a
virtude da presença.
Te amo minha amiga laetare.
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