Inicío

21 de março de 2012

Layorrane : Sobre os gestos e a alegria.


Hoje passei o dia pensando nas palavras e definições corretas sobre você e nossa amizade. Fui às linhas do tempo caçando em seus mais longes extremos as perspectivas certas para falar sobre você. Talvez sempre falar sobre o outro seja um terreno um tanto ardiloso e ademais complexo, contudo farei esse papel sendo o mais empirista possível. Reconheço a pobreza da Palavra diante dos sentimentos que emergem do coração humano. Creio que a palavra ainda não foi capaz de tocar a profundidade imersa e humana do sentimento. Diante do sentimento humano a palavra é pobre de significado. E creio que ela não seria capaz de conter nos seus signos o sentimento de nossa amizade. Por isso Layorrane ainda que usasse todas as letras possíveis elas não seriam ainda capazes de entrar no íntimo humano do sentimento, que em nós perdura.
Você que chegou de mansinho. Entro na sala da minha vida e fez ali presença. Sem alarde. Sem grito ou murmúrio. No silêncio chegou e permaneceu. Chegou com esse seu sorriso que contagia e até mesmo quando sério tendo te dar uma bronca não consigo, ainda que com muito esforço, se você começar a sorrir. Não obstante quando você se engancha em uma de suas famosas crises de riso. Confesso: Alegria é uma coisa que não te falta. E assim se tornou significado sua presença.
E mergulhando no mais profundo da casa da memória, fiz um recorte das cenas gravadas. Era como quarto de recortes vivos. Janelas que mostravam cenas, cenas vivas e reais. O Filósofo tinha razão: “Recordar às vezes é algo tão real que parecemos de novo viver o que se faz memória”. Confesso que em cada nova janela de memória que passava foi inevitável não sentir aquele choro preso da saudade. Pensei em quantas coisas já passamos juntos. Recordei das diversas alegrias e dos dias de aula; Das tardes de estudo nos apuros das semanas de provas; Nas tristezas e brigas; Nas conversas e partilhas; nas crises de riso e as besteiras de sempre. Momentos para recordação, eu tenho certeza não me faltaram. Até porque de quem amamos guardamos o mais simples dos gestos. Por menor que seja ele, ali se faz guardado como um tesouro. O que completou cada acontecimento e o que fez cada um deles fazerem sentido foi tua presença em cada um deles.
Nossas partilhas eram tão verdadeiras. Conversas de quem não tem medo de abrir para o outro o coração e de dizer o que sente. Sinto falta daquelas noites em que sentados na porta da sua casa dizíamos sobre tudo aquilo que havia em nosso coração. E mesmo quando o tempo pede para que tudo se perca isso se faz mais vivo e enaltecido na memória. E mesmo na distância sei que posso contar com você. Assim também quero que você saiba que meu coração estará sempre pronto para ti.
Hoje posso apenas em meio a tantas recordações desejar tão logo ver-te e poder concretizar o abraço que tenho guardado para te dar. Não peço eternidade para nossa amizade. Por que a ideia do eterno não caberia na ideia que tenho de sempre te ter aqui ao meu lado. E toda vez que a saudade adentrar tua memória, apenas recorda destas palavras que este teu indigno amigo te dirige. Porque o amor é um sentimento que cresce com a virtude da presença.
Te amo minha amiga laetare.

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