Querido
irmão Jefferson Ricardo, nunca fui muito bom em dizer adeus. Fico sem palavras
para aquele que vai partindo. As palavras fogem de maneira que pareço mudo
diante da pessoa. Despedidas sempre me fizeram retornar para realidade do
encontro e refazer o caminho da descoberta do outro. Não gosto de dizer adeus,
prefiro um “até logo amigo” que ressoa com gosto de um futuro encontro. Então não
quero dizer adeus, mas apenas um até logo. Quero por estas palavras expressar
minha mais tenra gratidão pelo dom do seu existir, render louvores mil ao Autor
de toda graça pelo dom de sua vida.
Querido
amigo só Deus sabe o quanto o tenho em meu coração. Só ele sabe bem o quanto o
faço guardado nas entranhas mais profundas e nas fibras mais sinceras do meu
coração. O coração faz recordação de cada bom momento que tivemos, mesmo sendo
ainda poucos! Repito aquilo que já disse para ti em outros momentos: Quem disse
que para ser amigo é preciso estar perto e faço do poeta minhas palavras: “Tenho
tudo o que preciso no meu coração. Tenho aqui perto de mim”. Com você é assim: Tenho-te
aqui no meu coração!
O
encontro começa com a descoberta do outro. O caminho que perfaz o coração é
aquele de descobrir aos poucos as salas do coração do outro. E mais do que
estar do lado, é sentir as batidas do coração. Encontro real só acontece quando
ambos estão dispostos a fazer o caminho. E quando o encontro se faz completo, é
hora de partir. Sim é hora de deixar as salas do coração do outro a fim de
deixar na lembrança aquela saudade boa. Sair não é deixar, até porque ““ Estar
não é cuidar. Perto estas se dentro estas. Crescer não é mudar, cuidar não é
ficar fica tua vida em mim. Sair não é deixar. Estar não é cuidar. Perto estas e
dentro estas”
É na
senda do encontro que vamos aos pouco descobrindo a importância do outro no
contexto de nossa história. Os significados que serão preenchidos em nossa vida
com a presença do outro. Acredite querido irmão que a dor maior do homem não é aquele
que nasce no corpo, não são dores biológicas que fazem o homem sofrer mais na
sua existência. São as dores da mente, as dores da saudade, as dores da perda,
do significado perdido em nossa história. A perda de um significado remete ao
vazio que não pode ser preenchido por mais ninguém ou coisa. Essa é a
profundidade do encontro. Ninguém sofre por aquilo que não possuiu significado
em sua vida.
Obrigado
pela verdade de suas palavras, pela sinceridade de me dizer sempre aquilo que
precisei ouvir. Por cada sorriso seu, que muitas vezes me fizeram rir. Sim ri
muitas vezes mais da sua risada do que dos fatos que fizeram a gênese dela.
Obrigado por me ensinar a ser mais real e não ter medo de dizer quem sou. Saiba
meu amigo que você é uma das pessoas mais puras que conheci, sim na verdade
você é uma das pessoas puras que conheço. Pureza de viver aquilo que Deus quer
na sua vida. Não tenha medo de persistir, porque Deus vai andar ao seu lado
sempre. Deus precisa de pessoas como você para sua vinha.
Poderia
dizer muito mais em palavras, mas como bem disse sou péssimo em despedidas. Que
não sejam uma despedida estas palavras, contudo recomeço. Estarei sempre aqui.
Coração a mostra para ti. Porque um dia encontrei o seu que acolheu esse que
estava ferido.
Deus
vos bendiga!
“O mais
importante da saudade é saber que os que partem não partem por completo, e os
que ficam ainda sentem a presença. O abraço da despedida não quebra as forças
da presença. O que move os sentimentos da saudade é a certeza de que aqueles
que se separam estão tão mais íntimos de si. A força do coração trata de unir
as distâncias.”
Raifran
Sousa – Sobre a saudade e outras coisas de sua realidade.
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