Outro dia tive a grata alegria de ir ao cinema ver
um filme com alguns dos irmãos de turma. Assistimos
ao filme “O preço do amanhã” com o ator norte americano Justin Timberlake. O
filme relata um mundo em que as pessoas sobrevivem em mercê do tempo. Cada uma possui em seu braço um relógio que é
ativado quando se completa 25 anos.Eles permanecem jovens,
contudo ainda precisam conquistar tempo para viver. Este relógio serve para
medir seu tempo de vida e tudo é pago com tempo: contas, mercado, festas. Etc.
Pode-se passar tempo um apara outro e por isso muitos roubavam tempo de outros.
O tempo é o determinante da existência de todas as pessoas é ele quem dita o
seu tempo de existência. O seu destino está traçado pelo tempo que você
possui. A todo o momento você tem que
conquistar mais tempo para sobreviver, o relógio não para e corre continuamente.
Quando zerado, caso você não consiga mais tempo, chega ao fim sua vida.
O mais intrigante
é ver a gama de personagens do filme e a forma como elas vivem e observam o
tempo que têm. Os que vivem nos guetos possuem menos tempo e por isso fazem
tudo apressadamente, a grande maioria é pobre e vive em busca de mais tempo
para sobreviver. Trabalham em fábricas e trabalhos braçais a fim de conseguirem
viver e não possuem tempo para aproveitar a vida. Os que vivem em cidades luxuosas ( o que eles chamam de outros fusos) em melhores
condições de tempo faziam tudo com calma, contudo ainda sim não sabiam
aproveitar o tempo. Não eram capazes de ao menos tomar um banho de mar, pois
aquilo para eles era perda de tempo. Também neste contexto existiam os que
protegiam o tempo. Rigorosamente buscavam aqueles que roubavam tempo dos outros
e todos os dias tinham uma cota de tempo para eles fazerem isso.
Depois deste filme pude em profunda reflexão perceber o
quanto de tempo tenho perdido sem fazer aquilo que realmente importa. E quantos
de nós não vivemos sufocados pelo tempo, ou com tempo para muitas coisas, contudo
sem tempo para aproveitar as coisas que a vida oferece e que são essenciais. Ou então quantos de nós
não nos tornamos escravos do tempo e preferimos cuidar do tempo dos outros ao
invés de aproveitarmos um tempo para nós mesmos. Existe pressa de ganhar tempo para
muitas coisas na vida, entretanto quando conquistamo-lo parece muito pouco para as
coisas que desejamos viver. A verdade é que não é de tempo que precisamos, mas
sim de serenidade para perceber as coisas pelas quais fazemos uso dele. Não é o
tempo que temos que determina o valor de cada coisa na nossa vida, contudo é a intensidade
de carinho e verdade que depositamos em cada novo dia.É o valor que colocamos em cada ato e atitude de nosso existir.
No filme muitas pessoas morriam por causa do tempo.
Muitas delas sem ao menos terem vivido o tempo que de fato restava em sua
existência. Ainda mais aquelas que
tinham muito tempo. Elas eram incapazes de aproveitar cada segundo em
busca de uma vida virtuosa e que de fato fosse vida. Porque uma coisa é certa:
Uma vida pausada na escravidão da busca de tempo não é vida: é passagem. E
assim era a vida de muitos deles. O que adiantava ter um século no relógio? Mil
anos? Um milênio? E na verdade eles eram incapazes de aproveitar cada segundo de
sua existência para a busca de sua própria felicidade.
O que marcou nesta obra cinematográfica foi ver um destes
tais protetores do tempo morrer na perseguição destes que roubavam. Preocupou-se
tanto com o tempo dos outros que se esqueceu de si mesmo. Esqueceu-se de sua
própria existência. Sua vida foi reduzida a prisão de um marco temporal,
reduzidos a signos numéricos que determinam o dia por convenção. E não existe
tempo no mundo que compre o preço de uma vida.
Os que têm tempo
não fazem uso dele como deveriam e se tornam escravos de uma “liberdade”. Sim
parece de fato paradoxal, mas estão presos a sua “liberdade”! Liberdade ainda inexistente,
pois figuram escravos de seu cronômetro. Devemos agora refletir do que está
sendo feito de cada momento de nossa vida? Em qual tipo de pessoa você figura?
Não deixe que o tempo diminua os dias de teu existir! Será que é o tempo determinante
de uma existência? Será o tempo determinante das alegrias e marcas que existem
em nossa vida? O tempo pode nos escravizar? A resposta para muitas destas e
outras perguntas estão contidas na intimidade de cada um de nós. A minha
resposta já foi dada: Um tempo sem a intensidade da vida é apenas um relógio
que marca passagem.
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