Inicío

24 de janeiro de 2012

Quem planta colhe!


Hoje tive a grata surpresa de ir à casa da avó de minha amiga Thais Rafhaela. Uma senhora muito alegre por sinal. Em determinado momento ela disse para Thiago (irmão de Thaís) as seguintes palavras: “Agora é colocar a semente para crescer. Esperar que ela cresça e dê frutos para colher. Porque se plantamos somos capazes de colher. Quem planta colhe!” Parece uma verdade um tanto real e até simplista diante de nossos olhos. Ninguém de certo planta soja esperando que ela apodreça nos campos. Plantamos no desejo de colher bons frutos. Colhermos frutos que seja aos poucos sinal do labor que tivemos na semeadura.
Com essas palavras fiquei intrigado até que ponto tenho tido a coragem de cair no sol da vida e plantar algo para colher? Tenho medo de ter caído no comodismo e apenas esperar que as sementes caíssem dos bolsos, sem o mínimo esforço da minha parte. Tenho medo de estar colhendo o fruto dos outros e não estar plantado algo que tenha alegria de dizer que faz parte da minha semeadura. Medo de o sol secar as folhas verdade dos sonhos e das verdades que cultivei. Medo estar jogando as sementes em terrenos inférteis que são impróprios para receber as pequenas sementes da minha história.
Aos poucos percebemos com o tempo que não estamos cultivando certo. Começamos a perceber que o tempo que gastamos com a vida dos outros é o mesmo tempo que estamos desperdiçando para cultivar nosso próprio caminho. Não posso negar que nestes últimos tempos tenho ajudado outros a cultivarem seu próprio solo, e por diversas vezes me preocupei mais com o solo dos outros, ao invés de olhar para minha própria colheita. E assim somos nós! Queremos tanto que outros sejam felizes, que nos esquecemos de cultivar nossos próprios ideais e sonhos. Esquecemos que cada um tem sua trajetória. Precisamos muitas vezes perceber que não podemos sempre ajudar alguém. Que cada qual precisa cultivar sozinho as suas escolhas e caminhos. Precisamos deixar cada um abrir seu coração para sementes novas e novas realidades. Ela tinha toda razão: “Quem planta colhe!”.
Hoje decidi começar uma nova plantação. Plantação de realidade e verdade. Porque cultivar cada novo dia concede mais prazer em viver cada um deles.

20 de janeiro de 2012

Nossa Senhora do Crack


Boa tarde. Numa rua da "Cracolândia", um artista teve a idéia de colocar, num muro, sobre fundo azul, uma imagem de Maria, Mãe de Jesus.

O artista escreveu ao lado a identificação: "Nossa Senhora do Crack". Alguém passou, viu e não gostou. Achou que fosse uma profanação...

Mandaram-me uma foto do local e da imagem, vi e fiquei comovido.

À frente da imagenzinha, duas pessoas agachadas na calçada, cabeça coberta, possivelmente drogadas, em atitude de oração.

Ao lado, um cachorro, fazendo-lhes companhia...

Essa pessoa, desesperada e tomada de angústia, sentido-se só e abandonada, encontrou conforto e amparo na imagem da Mãe do Salvador!

Não é profanação. A Mãe de Jesus é também a mãe de todos os homens: "filho, eis tua mãe".

Na perplexidade sucitada pela cena, nossa consciência é tocada. O drama dos dependentes químicos não pode nos deixar indiferentes.

São pessoas humanas, são irmãos, são filhos de Deus. E a Mãe de Deus é mãe dos angustiados, dos desvalidos... Dos angustiados e desesperados

E a Mãe vai, sim, onde ninguém vai. A Mãe olha por todos os seus filhos e vai lá onde eles mais precisam dela.

É uma pena que a imagem tenha sido destruída. Mas a Mãe de Jesus continua olhando por todos.

Nossa Senhora do Crack, rogai por eles, e por nós também! Deus abençoe o fim de semana de todos vocês.

@DomOdiloScherer (via Twitter – 23/07/2011)
Cardeal Arcebispo Metropolitano de São Paulo
http://arquidiocesedesaopaulo.org.br

A beleza de um sangue


Não foi de instante que vivi aquele momento. Não foi um devaneio de pensamentos, como daqueles que sempre tenho quando a coisa de fato não me interessa. Foi um encontro de mistérios, uma saudade do lugar que de fato nunca visitei. Saudades talvez do céu. E sentado nas penumbras meio cinzentas dos assentos postos atrás da cadeira do Senhor bispo em nossa catedral diocesana. Olhei ao alto aquela cruz cravada nas abóbodas do teto. Era assim uma dor com mistura de amor. Um Deus ali cravado pelos meus pecados. Um Deus pregado pelos meus pecados. 
Uma pequenez de mistérios, uma grandeza de gesto. Um Deus colocado numa cruz por amor de mim. Porque por mim? Eu que nada tenho de bom. Eu que nada tenho para retribuir e na pequenez de minha vida tento alcançar as mãos daquele Deus Cravado. Poder deixar cair ao menos uma gota daquele sangue sagrado. Ao menos por um mero segundo poder sentir aquele olhar, aquele jeito de falar. Sentia como que transportado para Jerusalém. Era como sentir os ventos de Gólgota. Era como ouvir os gritos dos acusadores e o choro daquelas mulheres lacrimosas. Era um dor com misto de alegria, uma alegria velada pelo desejo incontido de tocar, sentir aquela chaga sagrada. Chagas feitas nele e que curaram as minhas dores. Chagas feitas nele, mas foram as minhas saradas pela sua dor,
Como poderia esquecer? Como posso cair ás vezes no esquecimento de tamanho amor? Prefiro amar as coisas desta terra, prefiro abraçar as temporalidades deste mundo. Como esqueço por instantes que Tu fizestes aquilo que ninguém faria por mim? Um amor sem versos, sem flores, sem canções. Contudo, um amor cravado em gestos, em gritos de dor. Gritos de amor por mim. Porque não existe prova de amor maior do que conceder sua vida por aquele que se ama. E Tu Senhor não fizeste outra coisa: se não doar Tua vida por meu amor! Como me esqueço disso por vezes? 
Naquele instante sentia-me João e Doutor da lei, Maria e soldado. Porque ao mesmo tempo em que te amava e sentida tua dor, também traia por recordar ás vezes que não fui capaz de perceber esse amor! Perceber a beleza daquele sangue que diversas vezes recebia na comunhão. Por não entender muitas vezes as provações da vida e preferir esquecer que teu amor me sustentava. E olhando aquela cruz perdurada naquela Igreja, tinha o desejo de por um instante amar-te com a própria vida. Por um instante só dizer do meu amor por ti, amor que pudesse jamais me fazer esquecer-se de Ti. Tu que nunca se esquece de mim. Tudo isso percebido na Beleza desse sangue.

Fingir ser cristão

Quando estamos visitando alguns lugares como seminarista não é estranho ter encontro com uma grande gama de pessoas que nos cumprimentam e conversam conosco. São pessoas que estão nas mais diversas faixas da sociedade. E muitas delas se dizem católicas. Dizem rezar em casa! Sim católicos que rezam em casa. Porque segundo eles não precisam estar na Igreja para Deus as ouvir. Além de fingidos são um bando de egoístas. Isso porque não sabem viver a base de todo catolicismo : a comunidade. Sim,fogem daquilo que nos faz ser de fato católicos. Porque ninguém pode ser cristão sozinho.
São apenas católicos de CENSO que lotam as numerações das estatísticas. São cristãos de batizados,casamentos e missas de formatura. Que desconhecem as sendas da Sã Doutrina e da Tradição. Que se dizem integrantes de uma Religião e são os primeiros a atacar seus membros ,seu líder ,suas tradições.Católicos de nome ,contudo não de fato. 
Mais pior do que isso são aqueles que buscam uma fé e não buscam o primordial nessa fé. SANTIDADE!
Rezemos por cada um de nós : Para que não cheguemos a este ponto. Porque viver assim é o mesmo que dizer-se filho de uma pessoa ,falar dela e nunca ter visto. 
Deixo para nossa reflexão essa canção do Ministério Adoração e Vida - Em santidade.
ESSAS PALAVRAS SERVEM PARA TODOS, INCLUSIVE PARA MIM!


6 de janeiro de 2012

A força da Esperança


Recentemente, reli a encíclica Spe Salvi (Salvos pela Esperança), a segunda do pontificado de Bento XVI. Um primor. O papa é um grande intelectual e um comunicador de primeira. Aborda temas difíceis com uma simplicidade admirável. Num mundo algemado pelos grilhões do ceticismo e pelo impacto corrosivo do cinismo, sobretudo no mundo político, Spe Salvi é uma forte estocada e uma provocação. De Santo Agostinho a Lutero, Kant, Bacon e Engels, homens da Igreja, santos e filósofos, ortodoxos e heterodoxos, desfilam na encíclica como protagonistas da nostalgia do ser humano com a esperança.
Bento XVI desnuda a inconsistência das esperanças materialistas e faz uma crítica serena, mas profunda, à utopia marxista. Segundo o papa, Marx mostrou com exatidão como realizar a derrubada das estruturas. "Mas não nos disse como as coisas deveriam proceder depois. Ele supunha simplesmente que, com a expropriação da classe dominante, a queda do poder político e a socialização dos meios de produção, ter-se-ia realizado a Nova Jerusalém." Marx "esqueceu que o homem permanece sempre homem. Esqueceu o homem e sua liberdade. Esqueceu que a liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal. (...) O seu verdadeiro erro é o materialismo: de fato, o homem não é só o produto de condições econômicas nem se pode curá-lo apenas do exterior. (...) Não é a ciência que redime o homem. O homem é redimido pelo amor".
O cerne da encíclica, um vibrante apelo à genuína esperança cristã, é a antítese do surrado discurso dos teólogos da libertação que, com teimosa monotonia, apostam no advento da utópica Jerusalém terrena. As injustiças, frequentemente escandalosas e brutais, devem ser enfrentadas e superadas, mas não há o paraíso neste mundo. E o papel da Igreja, não obstante seu compromisso preferencial com os pobres e desvalidos, é essencialmente espiritual. Bento XVI não contorna os temas difíceis ou politicamente corretos. Na contramão de certo ativismo eclesiástico, aponta a oração como "primeiro e essencial lugar" da esperança. "Quando já ninguém me escuta, Deus ainda me ouve." Sugestivamente, o papa evoca o falecido cardeal vietnamita Nguyen Van Thuan, que, após 13 anos na prisão comunista, 9 dos quais numa solitária, escreveu Orações na Esperança. "Numa situação de desespero aparentemente total, a escuta de Deus, o poder falar-Lhe, tornou-se para ele uma força crescente de esperança, que, depois da sua libertação, lhe permitiu ser para os homens em todo o mundo uma testemunha daquela grande esperança que não declina, mesmo nas noites de solidão."
A mensagem de Bento XVI, direta e sem concessões, tem repercutido com força surpreendente. Seu desempenho, sobretudo no meio jovem, é uma charada que desafia o pretenso feeling de certos estudiosos do comportamento. Afinal, o estereótipo do papa conservador, obstinadamente apegado aos valores que estariam em rota de colisão com a modernidade, vai sendo contestado pela força dos fatos e pela eloquência dos números.
As Jornadas Mundiais da Juventude têm sido um bom exemplo do descompasso entre as profecias de certos vaticanólogos e a verdade factual. Crescentes multidões multicoloridas, usando tênis e mochilas, transformam este avô da cristandade num indiscutível fenômeno de massas. Como explicar o fascínio exercido pelo papa? Como digerir a força de um fato?
Vem-me à lembrança, enquanto escrevo este artigo nesta São Paulo fascinante, cosmopolita e multicultural, a cobertura que fiz para o jornal O Estado de S. Paulo, em outubro de 2003, do 25.º aniversário do pontificado de João Paulo II. Lembro-me, entre outros, de um depoimento sugestivo. Bruno Mastroianni era um jovem filósofo romano. Sobrinho de Marcello Mastroianni, o falecido ator de La Dolce Vita, do magnífico Fellini, nasceu depois da eleição de João Paulo II. Encontrei-o enturmado na Praça de São Pedro. "Nestes meus 24 anos", dizia-me então, "o papa sempre esteve presente. Lembro-me quando era criança daquele homem vestido de branco, com aspecto de estrangeiro, mas, ao mesmo tempo, tão familiar. Mais tarde, durante os anos da adolescência, fiquei rebelde. O papa, no entanto, estava sempre lá, um pouco mais velho, mas sempre forte. Dizia-nos, então, que o amor de Deus era a única resposta, o único caminho para um futuro melhor. Agora, formado e iniciando minha vida profissional, aquele homem vestido de branco, longe de parecer um velhinho frágil e doente, continua lá. É uma rocha firme e segura. Acredito que para todos os jovens como eu não exista um melhor mestre do amor que um papa tão enamorado de seu serviço ao mundo."
A incrível sintonia entre os papas e a juventude oculta inúmeros recados. Num mundo dominado pela cultura do ter, pelo expurgo do sofrimento e pela fuga da dor, Bento XVI caminha aparentemente no contrafluxo.
"Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o seu sentido através da união com Cristo, que sofreu com infinito amor", sublinha o papa na Spe Salvi.
"A grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. Isto vale tanto para o indivíduo como para a sociedade. Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a compaixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido é uma sociedade cruel e desumana", conclui Bento XVI.
Os jovens, rebeldes, mas idealistas, decodificam com mais facilidade o recado de esperança do papa.
A todos, feliz 2012!
Carlos Alberto Di Franco, doutor em Comunicação, é professor de Ética e diretor do master em Jornalismo do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS). E-mail: difranco@iics.org.br

5 de janeiro de 2012

Pai deixa 28 lições de vida aos filhos antes de morrer


Quando soube que tinha poucos meses de vida por causa de um câncer, o professor de gramática inglês Paul Flanagan só pensou em seus filhos, Thomas e Lucy. Em vez de sentir piedade de si mesmo ou entregar-se à tristeza, ele usou seus últimos dias para tentar ser um bom pai – mesmo à distância. Paul escreveu cartas, deixou mensagens gravadas em DVD e até comprou presentes para ser entregues às crianças em seus aniversários futuros. Separou também seus livros preferidos e, dentro deles, deixou bilhetes dizendo por que havia gostado de lê-los.
Em novembro de 2009, aos 45 anos, Paul morreu por causa do melanoma, deixando a mulher, Mandy, Thomas, então com 5 anos, e Lucy, de 1 ano e meio. Quase dois anos depois, ele continua presente com suas mensagens e fotos espalhadas por toda a casa. E, no mês passado, a família ganhou mais uma lembrança de Paul. Por acaso, Mandy encontrou um documento em seu antigo computador intitulado “Sobre encontrar a realização”. “Abri e, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, descobri que eram seus pontos para viver uma vida boa e feliz”, diz Mandy ao jornal Daily Mail.
“Quando alguém recebe a notícia de que tem poucos meses de vida, decide que sua vida não vai ser completa se não pular de bungee-jump da Ponte Harbour, em Sidney, ou não tiver visitado o Grand Canyon. Esse não era Paul. Tudo que importava para ele estava bem aqui. Ele viveu e morreu de acordo com suas próprias regras, e sei que encontrou sua própria realização.” Mandy diz que a carta é uma reprodução fiel dos valores e do bom humor de Paul.
O professor resumiu as reflexões que nortearam seu modo de viver em 28 itens. Traduzo aqui as palavras de Paul para seus filhos – e que agora servem de inspiração não só para eles, mas para todos que as leem.
“Nessas últimas semanas, depois de saber de meu diagnóstico terminal, procurei encontrar em minha alma e em meu coração maneiras de estar em contato com vocês enquanto vocês crescem.
Estive pensando sobre o que realmente importa na vida, e os valores e as aspirações que fazem das pessoas felizes e bem-sucedidas. Na minha opinião, e vocês provavelmente têm suas próprias ideias agora, a fórmula é bem simples.
As três virtudes mais importantes são: lealdade, integridade e coragem moral. Se aspirarem a elas, seus amigos os respeitarão, seus empregadores o manterão no emprego, e seu pai será muito orgulhoso de vocês.
Estou dando conselhos a vocês. Esses são os princípios sobre o quais tentei construir a minha vida e são exatamente os que eu encorajaria vocês a abraçar, se eu pudesse.
Amo muito vocês. Não se esqueçam disso.
Seja cortês, pontual, sempre diga “por favor” e “obrigado”, e tenha certeza de usar o garfo e a faca de maneira correta. Os outros decidem como tratá-los de acordo com as suas maneiras.
Seja generoso, atencioso e tenha compaixão quando os outros enfrentarem dificuldades, mesmo que você tenha seus próprios problemas. Os outros vão admirar sua abnegação e vão ajudá-lo.
Mostre coragem moral. Faça o que é certo, mesmo que isso o torne impopular. Sempre achei importante ser capaz de me olhar no espelho toda manhã, ao fazer a barba, e não sentir nenhuma culpa ou remorso. Parto deste mundo com a consciência limpa.
Mostre humildade. Tenha a sua opinião, mas pare para refletir no que o outro lado está dizendo, e volte atrás quando souber estar errado. Nunca se preocupe em perder a personalidade. Isso só acontece quando se é cabeça-dura.
Aprenda com seus erros. Você vai cometer muitos, então os use como uma ferramenta de aprendizado. Se você continuar cometendo o mesmo erro ou se meter em problema, está fazendo algo errado.
Evite rebaixar alguém para outra pessoa; isso só vai fazer você ser visto como mau. Se você tiver um problema com alguém, diga a ela pessoalmente. Suspenda fogo! Se alguém importuná-lo, não reaja imediatamente. Uma vez que você disse alguma coisa, não pode mais retirá-la, e a maioria das pessoas merece uma segunda chance.
Divirta-se. Se isso envolve assumir riscos, assuma-os. Se for pego, coloque suas mãos para cima.
Doe para a caridade e ajude os menos afortunados que você: é fácil e muito recompensador.
Sempre olhe para o lado bom! O copo está meio cheio, nunca meio vazio. Toda adversidade tem um lado bom, se você procurar.
Faça seu instinto pensar sempre sempre em dizer ‘sim’. Procure razões para fazer algo, não as razões para dizer ‘não’. Seus amigos vão gostar de você por isso.
Seja gentil: você conseguirá mais do que você quer se der ao outro o que ele deseja. Comprometer-se pode ser bom.
Sempre aceite convites para festas. Você pode não querer ir, mas eles querem que você vá. Mostre a eles cortesia e respeito.
Nunca abandone um amigo. Eu enterraria cadáveres por meus amigos, se eles me pedissem… por isso eu os escolhi tão cuidadosamente.
Sempre dê gorjeta por um bom serviço. Isso mostra respeito. Mas nunca recompense um mau serviço. Um serviço ruim é um insulto.
Sempre trate aqueles que conhecer como seu igual, estejam eles acima ou abaixo de seu estágio na vida. Para aqueles acima de você, mostre deferência, mas não seja um puxa-saco.
Sempre respeite a idade, porque idade é igual a sabedoria.
Esteja preparado para colocar os interesses de seu irmão à frente dos seus.
Orgulhe-se de quem você é e de onde você veio, mas abra a sua mente para outras culturas e línguas. Quando começar a viajar (como espero que faça), você aprenderá que seu lugar no mundo é, ao mesmo tempo, vital e insignificante. Não cresça mais que os seus calções.
Seja ambicioso, mas não apenas ambicioso. Prepare-se para amparar suas ambições em treinamento e trabalho duro.
Viva o dia ao máximo: faça algo que o faça sorrir ou gargalhar, e evite a procrastinação.
Dê o seu melhor na escola. Alguns professores se esquecem de que os alunos precisam de incentivos. Então, se o seu professor não o incentivar, incentive a si mesmo.
Sempre compre aquilo que você pode pagar. Nunca poupe em hotéis, roupas, sapatos, maquiagem ou joias. Mas sempre procurem um bom negócio. Você recebe por aquilo que paga.
Nunca desista! Meus dois pequenos soldados não têm pai, mas não corajosos, têm um coração grande, estão em forma e são fortes. Vocês também são amados por uma família e amigos generosos. Vocês fazem o seu próprio destino, meus filhos, então lutem por ele.
Nunca sinta pena de si mesmo, ou pelo menos não sinta por muito tempo. Chorar não melhora as coisas.
Cuide de seu corpo que ele vai cuidar de você.
Aprenda um idioma, ou pelo menos tente. Nunca comece uma conversa com um estrangeiro sem primeiro cumprimentá-la em sua língua materna; mas pergunte se ela fala inglês!
E, por fim, tenha carinho por sua mãe, e cuide muito bem dela.
Amo vocês com todo meu coração,
Papai”
Fonte : Època

1 de janeiro de 2012

Esperai, observai, confiai e cuidai




Nos caminhos da descoberta do sentimento que parte de nós para o outro, existe o pleno desejo de amar intensamente o outro de forma semelhante ou ao menos aproximada. A resposta para com o sentimento do outro se torna tão necessária quanto à própria realidade que subsiste na relação, este é o passo que surge do desejo de amar com os sentimentos amostra e com o coração voltado ao irmão, ao amigo, ao namorado e esposo. Os caminhos que passam pelo encontro pedem passos que nasçam do sentimento adquirido para com o outro: Esperai, observai, confiai e cuidai.
Estes são os pilares que fazem sustentar as bases sólidas de uma construção que pede o introito ao coração e a vida do outro. Não podemos arrombar as portas da vida do outro, não podemos invadir a morada de vivência do outro. O amor exige a simplicidade da espera, o olhar verdadeiro da observação, o coração que inebria confiança e o desejo único do cuidado. Nessa edificação de colunas fortes, como toda boa construção, o equilíbrio dos materiais usados com a beleza do conjunto é essencial. Não podemos elevar demais nem a um, nem a outro. Essa é a perspectiva de uma construção baseada no equilíbrio das partes. Pensai bem como seria desagradável uma casa em que o banheiro é maior do que todos os outros cômodos, em que ele seja do tamanho de uma sala e os demais cômodos do tamanho que caberia ao banheiro.
Esperai - A esperança é o sentimento que brota nos corações fortes. Um coração esperançoso é sem sombra de dúvidas o baluarte de alegria de todo homem que o possui. A esperança coloca fogo nas lenhas dos sonhos, ela fortifica as incertezas que temos na vida. Saber esperar é saber colocar o coração diante da realidade ainda não adquirida. E a esperança não engana, ela concede! Esperar o tempo certo do outro para os acontecimentos de todo relacionamento, esperar a descoberta do outro. Esperai que no tempo certo o outro possa mostrar-se para ti. Que no tempo certo ele deixe seus pés tocarem os limiares de suas portas. Esperar porque quem possui nosso apreço é a maior de todas as provas de amor. É o maior de todos os cuidados de um amigo. A esperança é o olhar sereno que mira uma escada cheia de luz e serenamente espera a hora certa de subir os degraus.
Observai - Observe bem os gestos, as falas, as ações incógnitas contidas nas atitudes do outro. Um encontro sem a observação é andar nos lugares escuros de uma floresta e sair topando nas árvores. O encontro exige observação como complemento da descoberta do outro. A observação deve ser os feixes de luz focados sobre o outro de forma que possamos aos poucos tocar sua vida. O amor exige observação para saber os limites de nosso contato, os limites do outro e os nossos próprios limites. Nasce desta observação o olhar verdadeiro sobre a realidade do outrem e da nossa própria realidade. Um olhar sobre tudo aquilo que nos cerca e nos fala de forma implícita e explícita. Observar é perceber as virtudes e a capacidades que o outro possui. Você não parte para um lugar sem antes bem saber onde fica ou como é. Para entrar no solo sagrado do irmão é preciso a observação.
Confiai - De todos estes o que pede nossa intensa vontade e paciência é o da confiança. Confiar é algo que pede todo o empenho de quem doa e de quem recebe. Sim, de quem doa! Porque confiança é um dom que todo homem deve conceder somente aqueles que sabem guardar bem esse tesouro. Confiança é uma estrada de duas vias: uma é nossa, outra é do próximo. Confiança exige também o labor de acreditar que tudo em seu tempo será concedido. Por isso confiai que em seu tempo todas as coisas serão concedidas ao teu coração, confiai que há seu tempo será dado àquilo que pedes em tua oração. Confiança na providência, que em seu tempo certo distribui as virtudes e as graças para a fortificação do encontro. Confiai de modo a não existir medo em acreditar nos caminhos que emergem da descoberta do outro.
Cuidai – Um jardim exige um cuidado especial de quem possui. Precisa ser irrigadas, folhas secas precisam ser rasteladas, ervas invasores precisam ser retiradas. O cuidado com o  jardim é que determinará a sua beleza. O amor e tal e qual um jardim que sem os cuidados do outro morre. O outro é tal e qual um jardim que exige as singelezas do cuidado de quem ama. Essa é uma verdade real e verdadeira. O amor, o outro sem cuidado morre na nossa vida. As flores mimosas da descoberta secam, os lírios formosos dos sonhos se acabam, as violetas esmeras do carinho se esvaem. Muitos custam acreditar, mas o amor pode ser sufocado. A afirmação de que se acabou nunca foi amor de verdade é completamente errónea. Pode ter sido amor, mas foi duramente sufocado pela falta de cuidado, como as flores escondidas pelo peso de uma pedra. Cuidai para não sufocar as flores semeadas no jardim do encontro.
Possamos a cada novo passo da descoberta e da fortificação do encontro e dos pilares deste edifício  encontrar os laços que unem os corações. Laços que tornam amigos irmãos, que fazem casais de namorados fazerem o caminho de amor, que tornam casais uma só carne. O coração pede mais do que alguém, ele pede alguém que seja capaz de responder de forma sincera e real aos seus anseios e o receba tal e qual é. O encontro pede a esperança de ter, a observação de quem busca um coração, a confiança de quem acredita na possibilidade de ser feliz com outro e o cuidado de quem coloca no outro as simplicidades e belezas de um jardim plantado nas terras boas do coração.