Os primeiros discípulos quando viram o Senhor, ficaram
extremamente intrigados com as palavras de João Batista: “Eis o Cordeiro de
Deus” Jo 1,26. A palavra de João deixou os seus corações inquietos que diziam
no íntimo de si: “Quem é este?”, porque “Os dois discípulos ouviram-no falar e
seguiram Jesus.” Jo 1,37. Procuram então conhecer mais sobre o Senhor. Surge
então o convite: “Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que
procurais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras? Vinde e
vede, respondeu-lhes ele.” Jo 1,38-39.
O chamado do Senhor para estes dois discípulos é o mesmo chamado
que se repete no coração de tantos jovens que buscam responder a Ele na vida
sacerdotal e religiosa. “Vinde e vede!” são estas as palavras que concluem o
encontro destes dois corações intrigados e fascinados por Jesus, cujo
testemunho veio de João. Tantos são os jovens que também experimentam esse
chamado através do testemunho de outros que um dia disseram seu sim. Surge
muitas vezes, diante de tal chamado, a incerteza sobre qual caminho seguir. A
resposta do Senhor para estes questionamentos é a mesma resposta que ele
concedeu aos seus primeiros discípulos: “Vinde e vede!”. De fato uma vocação só
pode ser maturada e provada pela estreita relação deste encontro com o Senhor.
Ir e ver este Jesus que chama é antes de tudo uma necessidade para acontecer o
encontro de intimidade com Ele.
A dimensão do encontro com esse Cristo que convida a Vir e ver é
fortificada no coração pelo permanecer. Permanecer com ele é intensificar este
encontro e torna-lo cada vez mais sólido e verdadeiro. Uma vocação deve ter
essa dimensão bem enaltecida e clara em seu cerne e gênese. O que acontece com
muitos de nossos vocacionados nos tempos de hoje é o profundo medo das
possibilidades que surgem no caminho. Conhecem o Senhor, sabem de seu chamado,
contudo estão receosos da resposta. Qual caminho seguir? A resposta para este
questionamento é a mesma que o Senhor deu aos seus primeiros discípulos: Vinde
e vede! Tão somente experimentado e nutrido deste encontro seremos capazes de
discernir com maior intensidade e vivacidade o chamado de Deus para nossa vida
e história.
A certeza de uma vocação é feita cada dia neste encontro com
o Senhor. Muitos jovens perguntam: Como é o seminário? Como é ser seminarista?
É bom ser chamado por Deus? Todas as respostas para estas perguntas estão
deitadas sobre o mesmo aspecto, o aspecto da experiência. Para sentir estas
realidades como resposta é preciso tornar-se participante da vida de seminário
mediante o caminho de formação que nos oferece a Santa Igreja. Caminhar de
maneira que possamos ter este laço, do encontro e da intimidade com o Senhor,
alargado e aprofundado ao extremo de por dizer juntamente com o apóstolo: “Eu
vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na
carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.”
Gal 2,20.
A experiência dos primeiros discípulos fez gerar frutos de Vida
Eterna. Eles foram ousados em responder com determinação aquele convite do
Senhor. Largaram as redes da pesca e foram em busca dos corações que estavam à
espera de alguém que pudesse mostrar este Jesus que escutaram
e experimentaram pelo encontro. Talvez seja você, eu e tantos outros
que irão mostrar para vários corações o rosto deste Senhor Ressuscitado, que no
transpassar do tempo repete incessante e ardente de amor: Vinde e vede!
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